Projeto de pesquisa

Considerada uma espécie com alto potencial invasivo no mundo e por muito tempo tida como nativa no Atlântico Ocidental, estudo moleculares indicam que Carijoa riisei (Duchassaing & Michelotti, 1860) é nativa do Indo Pacífico. O conhecimento do modo de reprodução e desenvolvimento de C. riisei é peça fundamental para a compreensão dos seus padrões de distribuição e vias de dispersão. Embora haja na literatura evidências de que a fecundação é externa, o desenvolvimento embrionário e larval da espécie é desconhecido. Estudos preliminares desenvolvidos por nós no CEBIMar indicam que a espécie é de fato emissora de gametas (fecundação externa), os quais são liberados contínua e assincronicamente, geralmente no início da manhã; os ovos apresentam flutuabilidade positiva e diâmetro médio de 400 µm. As larvas plânulas se formam 27-36 h após a liberação dos gametas, nadam por toda a coluna d’água e atingem cerca de 1,8 milímetros de comprimento, assentando entre 10-18 dias após a fecundação. O pólipo primário é translúcido e os tentáculos emergem como oito pequenos botões arredondados. Nosso objetivo é complementar esse estudo, obtendo dados dos estágios iniciais do desenvolvimento que possibilitem a publicação de um artigo sobre o desenvolvimento embriolarval da espécie. Nossos resultados sugerem que a fase larva da espécie tem potencial dispersivo relativamente alto, que aliado ao rápido crescimento vegetativo e capacidade de colonizar uma ampla variedade de habitats, frequentemente associada a portos e naufrágios, manguezais, e recifes rochosos e de corais, podem explicar o sucesso ecológico e a ampla distribuição desse octocoral.