Projetos de formação discente - CEBIMar

Parecer da Comissão Científica

Projeto do CEBIMar

Dados do solicitante

Lorena Rodrigues Turrini

Natureza do projeto

Projeto de formação discente
Mestrado
Samuel Coelho de Faria
Por favor, selecione

Pesquisadores ou docentes associados

Recursos

166731/2022-6
CNPq

Descrição do projeto

Saúde fisiológica e bioquímica dos corais do Atlântico Sul: uma abordagem comparativo-evolutiva
04-07-2023
29-11-2024
Os corais são organismos sensíveis a uma série de alterações ambientais. O aumento da temperatura da água pode desencadear alterações na estabilidade de biomoléculas, reações químicas e fisiologia dos corais (Weis, 2008). Em condições normais, espécies reativas de oxigênio (ERO) são utilizadas como moléculas sinalizadoras para estimular a proliferação celular, renovação celular e sistema de defesa dos organismos. Em grandes quantidades, entretanto, as ERO podem causar efeitos deletérios ao organismo, oxidando moléculas estáveis, como lipídios presentes em membranas celulares, provocando modificações físicas e comprometendo funções biológicas (Lesser, 2006).
Segundo a “Teoria oxidativa do branqueamento de corais”, a expulsão das zooxantelas é um mecanismo de defesa do coral decorrente de um estresse oxidativo. A fim de evitar agravamento dos danos oxidativos, o coral expulsa a fonte de produção do ERO - as zooxantelas (Downs et al., 2002). Resultando na perda de uma grande fonte de obtenção de fotossintatos responsáveis pela produção de ATP, impactando a manutenção das funções fisiológicas, como o crescimento (i.e a calcificação) (Teece et al., 2011). A calcificação dos corais inicia-se por meio da obtenção de cálcio (Ca+), principalmente sob a forma de bicarbonato, proveniente da água do mar e/ou metabolismo do coral. A Ca2+-ATPase tem a função de transportar o Ca+ ao sítio de calcificação, que reagirá com o carbono inorgânico para a formação do esqueleto de carbonato de cálcio (Allemand et al., 2004; Al-Horani et al., 2003 apud Fonseca, 2017). O processo de calcificação é fundamental na fisiologia de corais pétreos, sendo possível analisar a saúde e desenvolvimento desses organismos através da análise da atividade da Ca2+-ATPase. Presume-se que níveis elevados de atividade de Ca2+-ATPase sejam indicativos de uma maior taxa de crescimento.
Esse projeto avança na perspectiva comparativa e evolutiva, especialmente por inserir corais azooxantelados de mares profundos, completamente desconhecidos do ponto de vista bioquímico e fisiológico. Será possível verificar o efeito dos ganhos e perdas da simbiose no metabolismo energético e oxidativo, bem como na fisiologia da calcificação - considerando a filogenia de Scleractinia. Hipotetiza-se que, embora a simbiose tenha proporcionado maior disponibilidade de energia, um trade-off com maiores níveis de estresse oxidativo segue axiomaticamente na evolução fisiológica dos corais. O efeito do gradiente vertical na disponibilidade energética, no estresse oxidativo e no crescimento, e com a simbiose e filogenia como covariáveis, sinalizará o potencial de tolerância ou suscetibilidade a distúrbios ambientais (de impactos locais a globais) a serem testados em um futuro projeto experimental.
Corais pétreos; Estresse oxidativo; Calcificação; Metabolismo energético; Fisiologia.
Os primeiros meses de pesquisa serão dedicados a realização das disciplinas e levantamento bibliográfico enquanto no Instituto de Biociências para, posteriormente, desenvolver a pesquisa com dedicação integral junto ao CEBIMar em São Sebastião. Diferentes espécies de corais pétreos zooxantelados e azooxantelados (~25 spp.) serão coligidas de recifes do entre-marés a águas rasas, mesofóticas e profundas (via mergulho autônomo ou com uso de ROV) entre 2022 e meados de 2023. As amostras serão imediatamente preservadas em nitrogênio líquido em campo para transporte ao CEBIMar - onde serão armazenadas em ultrafreezer para as análises bioquímicas posteriores.
Em laboratório, as amostras de coral (N=5 fragmentos por espécie) serão processadas para remoção do esqueleto calcário, seguidas de homogeneização por ultrassom em gelo picado em tampões específicos para cada parâmetro fisiológico. Os tecidos do coral e zooxantelas (se fotossimbióticos) serão devidamente separados. As amostras serão avaliadas quanto ao metabolismo oxidativo (capacidade antioxidante e lipoperoxidação), metabolismo energético (ATP) e quanto à fisiologia da calcificação (atividade da Ca2+-ATPase). Todos os dados serão avaliados comparativa e integradamente por diferentes métodos filogenéticos no ambiente R (R Development Core Team 2022).
No ano de 2023 serão realizados: Processamento das amostras entre os meses de julho e outubro; Padronização dos ensaios fisiológicos entre os meses de setembro e dezembro; Envio de relatório anual no mês de dezembro.
No ano de 2024 serão realizados: Análise de parâmetros do metabolismo oxidativo entre os meses de janeiro e maio; Análise de enzima de calcificação entre os meses de abril e julho; Análises comparativas filogenéticas entre os meses de junho e novembro; Elaboração do Relatório Final entre os meses de julho e novembro; e Defesa da Dissertação no mês de novembro.
As revisões bibliográficas aconteceram constantemente durante toda a pesquisa.

Solicitações

Salas já disponíveis para o Prof. Samuel, sala de balanças e sala de preparações.
Balança analítica, ultrafreezer, centrífuga refrigerada e equipamentos já disponíveis ao Prof. Samuel.
Não se aplica
Litoral Sul da Bahia e Litoral do Rio de Janeiro
Não
Não
  • Janeiro
  • Fevereiro
  • Março
  • Abril
  • Maio
  • Junho
  • Julho
  • Agosto
  • Setembro
  • Outubro
  • Novembro
  • Dezembro
30
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