Projeto de pesquisa

Atualmente, o conhecimento que se detém sobre o ambiente marinho concentra-se nos níveis tróficos de topo, principalmente pela importância econômica desses organismos. Todavia, para se compreender adequadamente o funcionamento dos ecossistemas marinhos faz-se necessário estudos sobre os principais grupos do plâncton, os quais constituem a base da cadeia alimentar marinha. Embora corriqueiramente descartado da maioria dos trabalhos realizados com organismos planctônicos, estudos recentes têm demonstrado que o impacto trófico do plâncton gelatinoso é surpreendente, podendo inclusive provocar problemas no abastecimento das espécies economicamente interessantes (Pagès et al., 2001). Os cnidários constituem um dos principais grupos do plâncton gelatinoso, sendo Hydrozoa a classe mais diversa e comum em todo o mundo em águas costeiras e oceânicas, com cerca de 10 mil espécies conhecidas (bentônicas e planctônicas) (Boero & Mills, 1999). Trabalhos visando a fauna de hidromedusas são de extrema relevância não só para o conhecimento sistemático da mesma, mas também da composição das massas de água de cada região, uma vez que estão entre os grupos de organismos planctônicos (copépodes, salpas e medusas) considerados excelentes indicadores da origem e deslocamento das massas de água (Vannucci, 1957; Furnestin, 1966). A maioria dos trabalhos sobre hidromedusas em águas brasileiras foi feita entre as décadas de 40 e 80 (e.g., Moreira, 1965, 1973; Navas-Pereira, 1980, 1981; Vannucci, 1951a, 1951b, 1957, 1958, 1963), sendo praticamente inexistentes publicações recentes sobre taxonomia e distribuição de hidromedusas do nosso litoral.