Projetos de formação discente

Parecer da Comissão Científica

Projeto do CEBIMar

Dados do solicitante

Geyce Alvarenga Alves

Natureza do projeto

Projeto de formação discente
Iniciação científica
Alvaro Esteves Migotto
Por favor, selecione

Pesquisadores ou docentes associados

Recursos

117373/2019-2
CNPq

Descrição do projeto

Biologia reprodutiva de Palythoa caribaeorum (Duchassaing & Michelotti, 1860) (Cnidaria, Hexacorallia, Zoantharia): liberação de gametas in situ e descrição dos estágios iniciais de desenvolvimento.
01-12-2019
31-08-2020
Zoantharia é uma ordem de cnidários antozoários, coloniais, bentônicos e sésseis. O gênero Palythoa apresenta a maior distribuição ao longo da costa brasileira dentre os zoantídeos, no entanto, são poucos os estudos referentes ao gênero nesta região. As observações acerca da reprodução em Palythoa, em sua maioria, não envolvem a coleta de gametas in situ. A espécie Palythoa caribaeorum, quando se reproduz sexuadamente, possui ciclo reprodutivo caracterizado por hermafroditismo sequencial protogínico e liberação de gametas masculinos entre fevereiro e maio, e femininos ao longo de todo o ano. O diâmetro dos oócitos é de, aproximadamente, 90 µm. A fecundação é externa e as larvas se desenvolvem em uma forma livre natante ciliada, denominada zoantela. Locais onde são observadas colônias de P. caribaeorum apresentam grande biodiversidade associada, indicando o importante papel ecológico da espécie como estruturador das comunidades bentônicas. O presente trabalho visa realizar a coleta de gametas de P. caribaeorum durante o período de liberação, no infralitoral raso de duas praias do canal de São Sebastião, São Paulo, com o uso de coletor confeccionado com malha de náilon (200 µm), a fim de descrever e documentar as estratégias reprodutivas da espécie e seu desenvolvimento embrionário.
Zoantharia, Palythoa, reprodução sexuada
Populações de zoantídeos da espécie Palythoa caribaeorum serão estudadas na região costeira do estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Os gametas serão coletados em colônias dos costões rochosos de duas praias distintas, situadas na margem oeste do canal de São Sebastião: Praia do Segredo e Praia do Cabelo Gordo.
As coletas serão realizadas segundo método utilizado por Polak et al. (2011), no qual se faz uso de um coletor semelhante a um puçá, confeccionado com malha de náilon de 200 µm e cerca de 80 cm de altura, base de metal de 50 cm de diâmetro e um frasco de plástico posicionado no topo da rede, onde os ovos e embriões deverão se acumular, por apresentarem flutuabilidade positiva (e.g. Palythoa tuberculosa, veja Hirose et al., 2011).
Os meses de coleta acompanharão o período de liberação de gametas (masculinos, de fevereiro a maio, e femininos, ao longo de todo o ano) (Boscolo & Silveira, 2005). Visando verificar se a liberação de gametas ocorre antes ou durante a lua cheia e em qual dia é mais intensa, as amostragens serão feitas durante 4 ou 5 noites consecutivas, iniciando 1 ou 2 dias antes da lua cheia. Conforme os resultados obtidos inicialmente, a aplicação dos coletores poderá ser antecipada ou atrasada alguns dias em relação à lua cheia.
No final da tarde ou início da noite, os coletores serão presos sobre colônias distintas (10 a 12 colônias) de P. caribaeorum presentes no infralitoral raso, e os frascos inspecionados a cada hora ou na manhã do dia seguinte, quando então os coletores serão retirados.
Ovos e embriões serão examinados vivos sob estereomicroscópio e microscópio composto binocular, contados, separados pelo estágio de desenvolvimento (quando possível), lavados em água do mar filtrada e mantidos em cultivo, com o intuito de se documentar e descrever o desenvolvimento inicial até, pelo menos, a formação da larva zoantela. Parte do material obtido será fixada para confecção de lâminas permanentes totais ou para posterior obtenção de imagens de microscopia eletrônica de varredura, conforme a disponibilidade de tempo e recursos.
Embriões em estágios iniciais de desenvolvimento serão mantidos em frascos de vidro com água do mar filtrada, trocada diariamente, preferencialmente em condições controladas de temperatura (24º C) e luminosidade (12h/12h). O número e tamanho dos frascos de cultivo serão determinados conforme o número de embriões e larvas obtidos e o estágio de desenvolvimento.
Os ovos e embriões mantidos em cultivo serão periodicamente fotografados sob microscópio, em montagens totais in vivo entre lâmina e lamínula, e medidos com ocular micrométrica ou através do uso de softwares de análises de imagens. Os dados obtidos serão utilizados para o cálculo das dimensões médias de cada estágio de desenvolvimento.
Duração total do projeto: 12 meses, com início em agosto de 2019 e término em julho de 2020.
Pesquisa bibliográfica: agosto, setembro e dezembro/2019; junho/2020.
Confecção de coletores: agosto /2019.
Coleta de gametas e embriões: setembro/2019 a junho /2020.
Análise morfológica de gametas e embriões: outubro/2019 a junho/2020.
Tabulação de dados: dezembro/2019; janeiro, maio, junho e julho/2020.
Discussão de resultados: dezembro/2019; janeiro, junho e julho/2020.
Elaboração de relatório: dezembro/2019; julho/2020.

Solicitações

Sala de tanques e salas 3 e 9 do Laboratório Erasmo Garcia Mendes
Estereomicroscópio e microscópio óptico
Palythoa caribaeorum e Palythoa variabilis
Praia do Segredo e Praia do Cabelo Gordo
Não
Sim
  • Colocação ou fundeio de alguma estrutura no mar
  • Auxílio técnico para coleta de organismos ou observações de campo
  • Janeiro
  • Fevereiro
  • Março
  • Abril
  • Maio
  • Junho
  • Julho
  • Agosto
10
1