Projetos de formação discente

Parecer da Comissão Científica

Projeto Externo - de Instituição Governamental Brasileira

Dados do solicitante

Julia Peres Ramalho

Natureza do projeto

Projeto de formação discente
Mestrado
Cristiane Cassiolato Pires Hardoim
Gustavo Muniz Dias
Por favor, selecione

Pesquisadores ou docentes associados

Recursos

2016/17189-7
Fapesp

Descrição do projeto

Revelar os fatores controladores das comunidades esponjas marinhas no litoral de São Paulo
20-01-2020
02-06-2021
As esponjas marinhas desempenham várias funções que contribuem para o funcionamento do ecossistema, como por exemplo elas servem de alimentos para alguns animais como peixes e tartarugas, enquanto para outros como micro-crustáceos e poliquetas elas fornecem um micro-habitat de segurança. As esponjas agem como “bioaceleradores” do processo de fragmentação do carbonato sólido de rocha e corais, liberando fragmentos menores e sedimentos finos. Elas também desempenham papéis fundamentais na conexão entre produção primária e secundária de matéria orgânica dissolvida e particulada e participam de ciclos biogeoquímicos. O Brasil possui atualmente 581 espécies de esponjas (aproximadamente 6% da diversidade de Porifera descrita), destas 49 são endêmicas. No entanto, ainda há muitas lacunas no conhecimento especialmente relacionadas a ecologia destes animais. Assim, neste projeto será determinado qual fator descendente está envolvido no controle do crescimento das esponjas marinhas presentes no litoral de São Paulo. Experimentos in situ serão realizados para avaliar se a predação especialmente por peixes influenciará o crescimento de algumas das espécies de esponjas. O monitoramento das esponjas no seu habitat natural apresenta um desafio ao projeto. Os resultados obtidos neste
projeto serão inovadores por investigar esponjas do Atlântico Sul e possibilitarão uma melhor compreensão da ecologia destes animais assim como avaliar como os predadores afetam o crescimento das esponjas. A pergunta deste projeto é: “Quais são os predadores que afetam negativamente o crescimento das esponjas marinhas no litoral Paulista?”
Predação, fatores descendentes, comunidade
Amostragem
As esponjas encontradas em cada local de experimento serão fotografadas in vivo com câmera digital subaquática para facilitar a sua identificação taxonômica. No final do experimento de campo, pequenos pedaços das esponjas serão coletados em sacos plásticos tipo Ziplock® e trazidos rapidamente para o laboratório e processadas imediatamente com o objetivo de confirmar a identidade através da taxonomia clássica e molecular. Todas as amostras obtidas serão processadas no Laboratório de Interações Hospedeiro-Microbiota (LIHM) que está em fase de implementação.
A orientadora da presente proposta possui todas as autorizações oficiais necessárias para coletar as esponjas no litoral de São Paulo (Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado - SisGen, Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - SisBio e Comissão Técnica Científica - COTEC).

Identificação das esponjas.
A taxonomia morfológica das espécies de esponjas usando caracteres morfológicos e anatômicos será realizada pelo Dr. Guilherme Muricy do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além disto, as esponjas também serão identificadas molecularmente pelo sequenciamento dos genes mitocondrial citocromo-oxidase 1 (COX-1) e nucleares ribossomal RNA 28S, assim como do espaçador interno transcrito (Internal Transcribed Spacer – ITS) que compreende as regiões do RNA ribossomal 18S - ITS1 - 5.8S - ITS2 - RNA ribossomal 28S, procedimentos conhecidos como “Sponge DNA barcoding” (Wörheide e Erpenbeck, 2007). Os detalhes desses sistemas podem ser encontrados no próximo item.

Extração do DNA genômico.
O DNA será extraído de 0,25 g da parte interna do corpo das esponjas como descrito por Hardoim et al. (2012). A extração de DNA será realizada utilizando o kit comercial DNeasy PowerSoil Kit (QIAgen), seguindo as instruções do fabricante. A qualidade de DNA obtido será avaliada em gel de agarose. O DNA obtido será utilizado para a amplificação por PCR dos marcadores filogenéticos: (i) COX1 com o par de iniciadores dgLCO1490 (5’- GGTCAACAAATCATAAAGAYATYGG-3’) e dgHCO2198 (5’-TAAACTTCAGGGTGACCAAARAAYCA-3’, Meyer et al., 2005), (ii) RNA ribossomal 28S com o par de iniciadores C2 (5’-GAAAAGAACTTTGRARAGAGAGT-3’) e D2 (5’-TCCGTGTTTCAAGACGGG-3’, Chombard et al., 1998) e (iii) ITS com o par de iniciadores RA2 (5’-GTCCCTGCCCTTTGTACACA-3’) e ITS2.2 (5’-CCTGGTTAGTTTCTTTTCCTCCGC-3’, 9
Wörheide, 1998). Para o COX-1, as condições de PCR serão executadas como descritos por Hardoim et al. (2012, 2013). Para o RNA ribossomal 28S e o ITS, as condições de PCR serão realizadas conforme descrito por Erpenbeck et al., 2016 e Wörheide et al., 2004, respectivamente. Os amplicons serão sequenciados e as sequências serão manualmente checadas conforme descrito por Hardoim et al. (2012, 2013)
Etapa 1: busca por esponjas nas praias próximas ao CEBIMar
Etapa 2: instalação dos experimentos de predação (e sua manutenção quinzenal e/ou mensal) e de câmeras subaquáticas
Etapa 3: identificação taxonômica e molecular das esponjas
Etapa 4: análise de resultados

Solicitações

Bancada para 3 pessoas trabalharem, água do mar
freezer
Esponjas do mar
Praia Preta, Praia do Segredo, Guaecá, Ponta do Jarobá
Não
Sim
  • Colocação ou fundeio de alguma estrutura no mar
  • Auxílio técnico para manutenção de estruturas ou material biológico na ausência dos participantes da atividade
  • Auxílio técnico para coleta de organismos ou observações de campo
  • Utilização de embarcação do CEBIMar
  • Janeiro
  • Fevereiro
  • Março
  • Abril
  • Maio
  • Junho
  • Julho
  • Agosto
  • Setembro
  • Outubro
  • Novembro
  • Dezembro
5
2