Parecer da Comissão Científica

Projeto do CEBIMar

Dados do solicitante

Bianca Cirino Bruno

Natureza do projeto

Projeto de formação discente
Mestrado
Aurea Maria Ciotti
Por favor, selecione

Pesquisadores ou docentes associados

Recursos

2021/13367-6
Fapesp

Descrição do projeto

Respostas da comunidade mixotrófica planctônica às condições ambientais na Baía de Guanabara (BG) e Canal de São Sebastião (SP)
28-05-2023
31-01-2025
A mixotrofia é a capacidade de um organismo de realizar ambos os modos de nutrição fagoheterotrófico e fotoautotrófico. Ainda que sua existência tenha sido reconhecida, a frequência e abundância desses organismos nas comunidades planctônicas em diferentes condições ambientais e em escala global têm surpreendido (LELES et al., 2019; FAURE, 2019).
Uma grande variedade de espécies mixotróficas estão presentes nas comunidades protistas planctônicas no Canal de São Sebastião (CSS) e na Baía de Guanabara (BG) (VILLAC et al., 2008). No entanto, faltam estudos que categorizam e quantifiquem os protistas planctônicos em grupos funcionais, estimando a mixotrofia in situ e permitindo identificar quais organismos estão agindo como mixotróficos em tempo real. Essas estimativas são necessárias ao longo do tempo e espaço para avaliar quais condições ambientais e habitats favorecem a mixotrofia (BEISNER et al., 2019; FLYNN et al., 2018).
A presença de mixotróficos nas teias tróficas oceânicas pode resultar em maior transferência de energia, biomassa e o fluxo de carbono para os organismos de maior tamanho, pois permite a entrada de energia e biomassa em diferentes níveis tróficos (WARD, 2016). Além disso, o modo de nutrição utilizado pelos organismos mixotróficos impacta seus consumidores devido às diferenças na composição bioquímica celular resultante, tendo efeitos no crescimento populacional e fertilidade dos consumidores que ocupam os níveis superiores da teia trófica (WEITHOFF & WACKER, 2007).
Também é reconhecido que os mixotróficos têm importância nos ciclos bioquímicos do carbono e do nitrogênio (MITRA et al., 2014). São capazes de contornar a falta de nutrientes no oceano oligotrófico, já que mixotróficos de menor tamanho são capazes de fixar carbono e predar o bacterioplâncton (HARTMANN, 2012) e se mostram importantes competidores em águas costeiras eutrofizadas em relação ao plâncton estritamente autotrófico (LELES et al., 2018; MITRA et al.,2014).
O principal objeto deste projeto é observar a mixotrofia no Canal de São Sebastião e Baía de Guanabara como traço funcional mensurável, identificando quais organismos estão agindo efetivamente como mixotróficos, relacionando essa estratégia às condições ambientais, tais como temperatura, incidência de luz e entrada nutrientes de forma natural ou antrópica. Dessa forma, contribuir para o entendimento dos parâmetros ambientais que favorecem a mixotrofia e a formação de florações de algas nocivas por mixotróficos.
mixotrofia; ecologia de comunidades; microplâncton
Para o Canal de São Sebastião (CSS), a amostragem será feita por pelo menos 15 dias ao longo de cada estação do ano, em duas estações, sendo uma na parte central (profundidade de 30 m) e outra próxima à costa (profundidade de 10 m).
As variáveis físicas e químicas medidas no âmbito deste projeto para ambos os locais serão: salinidade, temperatura, nutrientes inorgânicos dissolvidos (nitrato, nitrito, N-amoniacal, fosfato, silicato) e radiação fotossinteticamente ativa (PAR), que será medida com o auxílio de um quantameter e disco de secchi.
A comunidade protista planctônica será coletada em 2 profundidades na coluna de água com garrafa de Van Dorn horizontal. Para análise da mixotrofia in situ, essas amostras serão concentradas em malhas de 10 µm, incubadas por 6 minutos com o fluorocromo LysoSensor Blue DND-167 (CARVALHO & GRÁNELI, 2006) e analisadas em microscópio de epifluorescência com sistema de análise de imagens, para avaliação da comunidade de mixotróficos. Para análise qualiquantitativa da composição específica e classificação em grupos funcionais, as amostras serão contadas em microscópio invertido disponível no Laboratório Aquarela.
Os experimentos serão realizados em triplicatas em análise comparativa interespecífica. Serão replicados em ambos os laboratórios (CEBIMar/ USP e LabCult/UERJ) mantendo as mesmas cepas, para que não ocorra variabilidade genética, e as mesmas condições de crescimento, validando os protocolos e as taxas computadas para os organismos, meio de cultura e gradiente luminoso.
A coleta e análise para o Canal de São Sebastião será realizada durante 15 dias para cada estação do ano, em data ainda a definir em função das condições de tempo e mar.

Solicitações

O Laboratório Aquarela dispõe das instalações necessárias para realização das análises.
Os equipamentos que serão utilizados estão disponíveis no Laboratório Aquarela e na sala de Microscopia
Plâncton em amostras de agua e rede.
Canal de São Sebastião e Arquipélago de Alcatrazes, via coletas do Projeto FAPESP.
não, apenas boas condições para saída com os Barcos
Sim
  • Auxílio técnico para coleta de organismos ou observações de campo
  • Utilização de embarcação do CEBIMar
  • Abril
  • Maio
  • Junho
  • Agosto
  • Setembro
  • Outubro
15
1