Projeto de pesquisa
Parecer da Comissão Científica
Aprovado
Projeto Externo - de Instituição Governamental Brasileira
Dados do solicitante
Gustavo Muniz Dias
Natureza do projeto
Projeto de docente ou pesquisador
Selecione ou escolha outra natureza do projeto
Projeto autônomo
Pesquisadores ou docentes associados
Rodrigo Tanasovici
Gustavo Muniz Dias
Rafael Campos Duarte
Fernando Zaniolo Gibran
Otávio César Marchetti
Isadora Drovandi
Edson Aparecido Vieira Filho
Stuart Jenkins
Recursos
Auxílio a pesquisa
Fapesp
Descrição do projeto
Efeito da poluição luminosa, da complexidade ambiental e do contexto local para a estrutura e dinâmica da comunidade bentônica marinha
13-09-2019
30-04-2023
Marinas, portos e píeres aumentam a disponibilidade de substrato consolidado para o desenvolvimento de comunidades sésseis, mas estão associados também a uma gama de perturbações de origem antrópica. Poluição, aumento da pressão de pesca e outras perturbações em habitats artificiais tendem a excluir algumas espécies nativas, facilitando a introdução de espécies não-nativas, fazendo com que habitats artificiais suportem comunidades biológicas distintas daquelas de substrato natural. Recentemente, a poluição luminosa tem sido reconhecida com uma importante fonte de impacto em ambientes costeiros. Por exemplo, luz artificial a noite pode alterar o comportamento de peixes e tartarugas, aumentando a pressão de predação sobre comunidades sésseis ou ainda interferir no assentamento larval, afetando a dinâmica das comunidades incrustantes de substrato artificial. Empregar os conhecimentos ecológicos para planejar construções costeiras que se assemelhem aos habitats naturais deve favorecer o desenvolvimento econômico minimizando o distúrbio ambiental. Por exemplo, o simples aumento da complexidade das laterais das plataformas de marinas e píeres, tem o potencial de fazer com que essas se assemelhem mais aos costões rochosos, diminuindo o impacto destas construções. Neste projeto manipularemos experimentalmente a luz artificial norturna, a proximidade do substrato em relação a construções costeiras e a complexidade do substrato para avaliar como esses fatores afetam a diversidade, a composição de espécies, a ocorrência de espécies não-nativas e a dinâmica de comunidades sésseis marinhas de habitats artificiais no sudeste do Brasil.
Ecologia bentica, comunidades, antropização costeira, recrutamento larval, organismos sesseis e vágeis, predação
Local de estudo e infraestrutura
O estudo será conduzido nos municípios de São Sebastião e Ilhabela no litoral norte de São Paulo. Para avaliar como as construções costeiras afetam a dinâmica das comunidades e o funcionamento do ecossistema costeiro (subprojeto 2), o estudo será conduzido em quatro localidades, sendo duas dessas marinas de recreação e duas regiões de costões rochosos distantes de grandes construções. As marinas serão o Yacht Clube de Ilhabela (YCI) localizado no município de Ilhabela e a Marina Igararecê no município de São Sebastião, enquanto as duas áreas naturais serão os costões rochosos na Praia do Segredo, onde está localizado o Centro de Biologia Marinha também em São Sebastião e nos costões rochosos da Praia da Feiticeira no município de Ilhabela. Ambas regiões de substrato natural estão distantes de grandes empreendimentos como portos e marinas, de forma que as comunidades se desenvolvendo nessas regiões são menos influenciadas pela antropização costeira do que aquelas nas proximidades das marinas. As regiões propostas já vêm sendo estudada pelo meu grupo de pesquisa há algum tempo (Dias et al. 2008, Oricchio et al. 2016a,b, Pastro et al. 2017, Vieira et al. 2012, 2016, 2017), e sempre contaram com o apoio logístico tanto das marinas quanto do Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar-USP).
Os experimentos referentes ao feito da poluição luminosa e da complexidade ambiental serão conduzidos no YCI. O YCI é composto por diversas plataformas utilizadas para atracar embarcações. As plataformas não possuem pilastras de sustentação, sendo compostas por blocos de concretos presos no fundo do mar por correntes e sua flutuação se deve às grandes placas de isopor localizadas abaixo do concreto. Essas plataformas são guarnecidas com postes de iluminação, mas que não cobrem toda a sua extensão, de forma que, devido à distância entre postes, existem áreas com direta influência de LAN e áreas mais distantes onde a influência, caso exista, é numa intensidade muito inferior. Na lateral dessas plataformas flutuantes uma diversa comunidade séssil se desenvolve (Oricchio et al. 2016a; Vieira et al. 2016), o que acaba por atrair e sustentar uma também diversa comunidade de peixes (Oricchio et al. 2016b; Pastro et al. 2017).
Como a luz artificial noturna afeta comunidades incrustantes e a dinâmica de predação em ambientes costeiros antropizados?
Quantificação da LAN em estruturas costeiras
Para avaliar a intensidade da LAN causada por estruturas de iluminação em construções costeiras, mediremos a intensidade luminosa nas laterais das plataformas a 30 centímetros de profundidade, utilizando um fotômetro fotográfico imerso em uma bolsa impermeável. A fim de comparação, além do YCI selecionaremos no litoral norte do Estado de São Paulo outras quatro construções dentre píeres, marinas e portos para também realizar as medições. Esses quatro locais serão definidos a posteriori em função da presença da LAN, o que pode variar em função do estado de manutenção de cada estrutura. A princípio já possuímos parcerias com o Iate Clube de Ubatuba, no Saco da Ribeira, com a Marina de Igararece em São Sebastião, além de termos acesso a píeres públicos como os píeres da Praia do Pereque na Ilhabela, do centro de Ubatuba e do centro de São Sebastião. Em cada local serão tomadas 12 medidas de luminosidade durante o dia, distribuídas em 3 dias distintos, sempre no período das 11 às 13h quando a intensidade de luminosidade natural é mais intensa, 12 medidas à noite (após 21h) na região mais próxima possível da fonte luminosa artificial e mais 12 medidas nas proximidades da construção estudada, mas o mais distante possível de fontes luminosas artificiais, podendo essa região ser tanto uma praia arenosa quanto um costão rochoso. Para contemplar toda a variação na luminosidade natural noturna, essa amostragem será repetida em quatro períodos distintos, contemplando as quatro estações do ciclo lunar.
O estudo será conduzido nos municípios de São Sebastião e Ilhabela no litoral norte de São Paulo. Para avaliar como as construções costeiras afetam a dinâmica das comunidades e o funcionamento do ecossistema costeiro (subprojeto 2), o estudo será conduzido em quatro localidades, sendo duas dessas marinas de recreação e duas regiões de costões rochosos distantes de grandes construções. As marinas serão o Yacht Clube de Ilhabela (YCI) localizado no município de Ilhabela e a Marina Igararecê no município de São Sebastião, enquanto as duas áreas naturais serão os costões rochosos na Praia do Segredo, onde está localizado o Centro de Biologia Marinha também em São Sebastião e nos costões rochosos da Praia da Feiticeira no município de Ilhabela. Ambas regiões de substrato natural estão distantes de grandes empreendimentos como portos e marinas, de forma que as comunidades se desenvolvendo nessas regiões são menos influenciadas pela antropização costeira do que aquelas nas proximidades das marinas. As regiões propostas já vêm sendo estudada pelo meu grupo de pesquisa há algum tempo (Dias et al. 2008, Oricchio et al. 2016a,b, Pastro et al. 2017, Vieira et al. 2012, 2016, 2017), e sempre contaram com o apoio logístico tanto das marinas quanto do Centro de Biologia Marinha da USP (CEBIMar-USP).
Os experimentos referentes ao feito da poluição luminosa e da complexidade ambiental serão conduzidos no YCI. O YCI é composto por diversas plataformas utilizadas para atracar embarcações. As plataformas não possuem pilastras de sustentação, sendo compostas por blocos de concretos presos no fundo do mar por correntes e sua flutuação se deve às grandes placas de isopor localizadas abaixo do concreto. Essas plataformas são guarnecidas com postes de iluminação, mas que não cobrem toda a sua extensão, de forma que, devido à distância entre postes, existem áreas com direta influência de LAN e áreas mais distantes onde a influência, caso exista, é numa intensidade muito inferior. Na lateral dessas plataformas flutuantes uma diversa comunidade séssil se desenvolve (Oricchio et al. 2016a; Vieira et al. 2016), o que acaba por atrair e sustentar uma também diversa comunidade de peixes (Oricchio et al. 2016b; Pastro et al. 2017).
Como a luz artificial noturna afeta comunidades incrustantes e a dinâmica de predação em ambientes costeiros antropizados?
Quantificação da LAN em estruturas costeiras
Para avaliar a intensidade da LAN causada por estruturas de iluminação em construções costeiras, mediremos a intensidade luminosa nas laterais das plataformas a 30 centímetros de profundidade, utilizando um fotômetro fotográfico imerso em uma bolsa impermeável. A fim de comparação, além do YCI selecionaremos no litoral norte do Estado de São Paulo outras quatro construções dentre píeres, marinas e portos para também realizar as medições. Esses quatro locais serão definidos a posteriori em função da presença da LAN, o que pode variar em função do estado de manutenção de cada estrutura. A princípio já possuímos parcerias com o Iate Clube de Ubatuba, no Saco da Ribeira, com a Marina de Igararece em São Sebastião, além de termos acesso a píeres públicos como os píeres da Praia do Pereque na Ilhabela, do centro de Ubatuba e do centro de São Sebastião. Em cada local serão tomadas 12 medidas de luminosidade durante o dia, distribuídas em 3 dias distintos, sempre no período das 11 às 13h quando a intensidade de luminosidade natural é mais intensa, 12 medidas à noite (após 21h) na região mais próxima possível da fonte luminosa artificial e mais 12 medidas nas proximidades da construção estudada, mas o mais distante possível de fontes luminosas artificiais, podendo essa região ser tanto uma praia arenosa quanto um costão rochoso. Para contemplar toda a variação na luminosidade natural noturna, essa amostragem será repetida em quatro períodos distintos, contemplando as quatro estações do ciclo lunar.
A proposta apresentada esta programada para execução em dois anos. Anexo apresento o cronograma de execução dividido em quadrimestres, inciando no 3. quadrimestre de 2019.
Solicitações
Bancada para processamento de material com água do mar corrente.
Estereomicroscópio
Serão coletados invertebrados sesseis e vágeis
Yatch Clube de Ilhabela
Marina Igararecê e mais dois locais onde colocaremos as placas, a ser definido a posteriori, provavelmente a Praia do Segredo e Praia da Feiticeira.
Marina Igararecê e mais dois locais onde colocaremos as placas, a ser definido a posteriori, provavelmente a Praia do Segredo e Praia da Feiticeira.
{"0":"EC_ANY"}
- NEC_SETT
- NEC_TECH_SUPP_COLLEC
- NEC_VESSEL
- Janeiro
- Fevereiro
- Setembro
- Novembro
- Dezembro
5
5