Parecer da Comissão Científica

Aprovado
Projeto Externo - de Instituição Não Governamental Brasileira

Dados do solicitante

Mariana Ferraz

Natureza do projeto

Projeto de formação discente
TCC - Trabalhos de conclusão de curso de graduação
Fernando Freitas de Oliveira
Por favor, selecione

Pesquisadores ou docentes associados

Recursos

Sem financiamento

Descrição do projeto

Avaliação de produtos à base de óleos vegetais como agentes de controle da incrustação por invertebrados marinhos
29-03-2020
30-12-2020
A bioinscrustação, ou biofouling, consiste no assentamento de organismos sobre superfícies de materiais expostos ao ambiente aquático, formando um biofilme. Na navegação, o estabelecimento de organismos no casco de embarcações aumentam o atrito com a água, provocando um aumento no consumo de combustíveis, bem como emprego de recursos para controle e remoção dos organismos aderidos.
A bioincrustação marinha é o resultado de etapas de colonização do substrato, que resultam em uma comunidade complexa. A formação dessa comunidade geralmente tem início com o estabelecimento de bactérias, algas e por fim, a ocupação de parte significativa da área do substrato por animais bentônicos.
Os cirripédios torácicos são animais sésseis que ocorrem, principalmente, em ambientes estuarinos e marinhos, com ocorrência comum em regiões entremarés. Dentro desse grupo, destacam-se os Cirripedia Balanomorpha, popularmente conhecidos como “cracas”, que são indivíduos incrustantes com maior importância econômica. As cracas podem aderir aos cascos de embarcações e estruturas fixas imersas e a remoção desses organismos costuma ser demasiadamente custosa. Ademais, por serem espécies capazes de aderir à diversas superfícies, esses animais podem ser transportados para outras regiões diferentes de seu habitat natural, podendo causar desequilíbrio ecológico.
Os Briozoários também são invertebrados bentônicos que se estabelecem rapidamente sobre o substrato. São amplamente distribuídos no ambiente marinho e ocupam desde as regiões costeiras até grandes profundidades. São animais coloniais dotados de lofóforo (estrutura que auxilia na alimentação). O tipo mais comum de colônia de briozoários é a forma incrustante, que aderem às superfícies por processos que incluem a calcificação ou produção de material extracelular gelatinoso.
Para controlar a adesão de organismos incrustantes em cascos, algumas embarcações fazem uso de tintas antincrustantes ou antifouling, que são materiais tóxicos sintéticos. O objetivo do presente trabalho é testar a aplicação de produtos à base de óleos vegetais que possam ter efeito antincrustante para aplicação em cascos de embarcações, buscando o uso de produtos naturais como alternativa aos produtos convencionais sintéticos. Para o presente trabalho serão desenvolvidas ceras à base de óleos essenciais vegetais de Neem (Azadirachta indica), Aroeira (Schinus terebinthifolia) e Ricino (Ricinus communis), que serão aplicadas sobre corpos de prova e imersos em água do mar.
incrustação, biofilme marinho, cracas, briozoários, Azadirachta indica, Ricinus communis, Schinus terebinthifolia.
Para realização desse estudo, serão fundeados na Praia do Segredo, em São Sebastião, 3 dispositivos flutuantes constituídos por placas de isopor em dimensões de 1m x 1m x 0,1m. Cada boia será fundeada com uma garateia feita com tubo de PVC preenchido com concreto. Na parte inferior (submersa) de cada boia, serão instalados 20 corpos de prova de fibra de vidro com dimensões de 10cm x 10cm. Na parte lateral do dispositivo flutuante também serão instalados mais 20 corpos de prova com as mesmas dimensões. Os corpos de prova serão placas de fibra de vidro com laminação em resina epoxi coberta com gel coating, material utilizado como camada de acabamento externo dos cascos das lanchas. Sobre os corpos de prova serão aplicados os produtos a serem avaliados como antincrustantes, sendo testados 4 tratamentos: Tratamento 1 – aplicação de cera à base de óleo de Neem; Tratamento 2: aplicação de cera à base de óleo de Aroeira; Tratamento 3: aplicação de cera à base de óleo de Rícino; Tratramento 4: não será aplicado nenhum produto sobre o corpo de prova (controle). Em cada um dos dispositivos serão instaladas 5 réplicas de cada tratamento na parte inferior e 5 réplicas na parte lateral. Os dispositivos permanecerão por 8 meses (março a novembro) e semanalmente, todas as boias serão retiradas da água para que sejam realizadas as devidas contagens de organismos aderidos. Serão contabilizados em cada placa o número de cracas e o número de colônias de briozoários.
1.ETAPA: Construção dos corpos de prova e blocos de experimentação.
Início: fevereiro de 2020.
Duração: duas semanas.
Objetivos: Construção das unidades experimentais.
2.Etapa: Instalação das unidades experimentais em ambiente marinho.
Início: março de 2020.
Duração: uma semana.
Objetivos: Fundear os blocos experimentais na baía do Segredo, em local abrigado.
3.Etapa: comparação entre tratamentos.
Início: março de 2020.
Duração: oito meses.
Objetivos: comparar a incrustação de cracas (e demais organismos que possam causar prejuízos a embarcações) entre as placas compostas por resina convencional e resina epóxi. Realizar a contagem de organismos aderidos às placas, por meio do uso de lupa.
4.Etapa: Remoção da estrutura e início da confecção da monografia e artigo científico.
Início: dezembro de 2020.
Duração: um mês.

Solicitações

Nenhuma
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Não
Sim
  • Colocação ou fundeio de alguma estrutura no mar
  • Março
  • Abril
  • Maio
  • Junho
  • Julho
  • Agosto
  • Setembro
  • Outubro
  • Novembro
  • Dezembro
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