Projeto de pesquisa

Para estudo qualitativo e quantitativo de grupos meiofaunais, será feita lavagem das amostras de sedimentos coletadas em praias arenosas em gradientes de peneiras para retenção dos indivíduos presentes no interstício. O reconhecimento dos grupos a serem utilizados será feito de imediato sob observação microscópica com os organismos ainda vivos, dada a maior vulnerabilidade destes animais ao processo de fixação. Uma vez identificados, estes serão mantidos a -20ºC em álcool 99% para posterior extração do DNA genômico. Para identificação dos grupos presentes com base em chaves taxonômicas e contagem de organismos de corpo mole, os animais serão fixados com solução de glutaraldeído a 2,5% em tampão cacodilato de sódio. O levantamento dos caracteres morfológicos será feito com técnicas de microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (MEV), quando necessário. As análises dos caracteres morfológicos funcionais consistirão em registros detalhados das estruturas a partir de observações feitas por microscopia. Variáveis abióticas serão coletadas para cada localidade amostrada.

Será criada uma coleção de lâminas permanentes para os representantes dos filos Annelida e Platyhelminthes presentes nas amostragens obtidas. Previamente à montagem das lâminas permanentes, os espécimes serão observados sob estereomicroscópio e microscópio óptico. Câmeras acopladas aos equipamentos auxiliarão nas etapas de registros fotográficos e filmagens dos espécimes vivos. Com base nas lâminas permanentes, a identificação dos espécimes selecionados será feita por taxonomistas de cada grupo, incluindo Marco Curini-Galletti (University of Sassari) e Maikon Di Domenico (UFPR). Todos os materiais obtidos serão depositados no Museu de Zoologia do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (ZUEC/UNICAMP).

Uma vez obtidos os dados moleculares (sequenciamento parciais dos genes 28SrRNA e COI e dados transcriptomicos obtidos no banco de dados SRA), serão realizadas análises de diversidade e conectividade genética, os quais serão posteriormente correlacionados às variávels abióticas locais coletadas. Além disso, também serão feitas análises de evolução genômica em grupos meiofaunais. Com base nos dados de diversidade funcional, por fim será calculado o índice de Dispersão Funcional, isto é, estimativa de variedade funcional para cada localidade.