Parecer da Comissão Científica

Aprovado
Projeto Externo - de Instituição Governamental Brasileira

Dados do solicitante

Paulo Henrique de Mello

Natureza do projeto

Projeto de docente ou pesquisador
Selecione ou escolha outra natureza do projeto
Projeto de Pós-Doutorado

Pesquisadores ou docentes associados

Maria Célia Portella

Recursos

2016/02826-1
Fapesp

Descrição do projeto

Influência de ácidos graxos polinsaturados fornecidos como diferentes fontes de lipídios no metabolismo e morfologia do sistema digestório de larvas da garoupa verdadeira Epinephelus marginatus (Teleostei: Serranidae)
02-07-2021
01-05-2022
A fase larval é um período crucial no ciclo de vida dos peixes marinhos. As larvas se desenvolvem até atingir o fenótipo dos animais adultos através da diferenciação de tecidos e órgãos. Durante este período, os lipídios são imprescindíveis e dentre estes, os fosfolipídios (PL), que são os principais componentes das membranas biológicas, possuem inúmeras funções biológicas como: crescimento, resistência ao estresse, além de ser fonte de ácidos graxos (AG). Outra classe de lipídios importantes é a dos triglicerídeos (TG), que atuam como: fonte de energia metabólica, fonte de ácidos graxos essenciais (AGE), síntese de membranas, além de sinalizadores químicos. Os AG altamente insaturados (HUFA, do inglês – highly unsaturated fatty acids) como o ácido docosahexanoico (DHA C22:6n3), ácido eicosapentanoico (EPA C20:5n3) e ácido araquidônico (ARA C20:4n6) constituem a maioria dos componentes estruturais durante a organogênese, como as membranas celulares e são ainda precursores da atividade de moléculas como os eicosanoides. Os HUFAs, DHA e EPA, são essenciais e sua inclusão nas dietas de larvas de espécies marinhas é de suma importância. Algumas pesquisas relatam diferenças nas respostas metabólicas, morfológicas e moleculares frente à forma como os AG são fornecidos na dieta como, por exemplo, na forma de TG e/ou PL. Com isso, investigaremos as respostas metabólicas, morfológicas e moleculares das larvas da garoupa verdadeira Epinephelus marginatus submetidas a duas dietas suplementadas com AG fornecidos em diferentes fontes de lipídios, TG ou PL com vistas às aplicações futuras no cultivo desta espécie.
Larvas, peixes marinhos, ácidos graxos, morfologia, metabolismo, fosfolipidios.
Os reprodutores (machos e fêmeas) serão capturados em ambiente natural e induzidos à reprodução para a obtenção dos ovos e larvas no Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar/USP). Os ovos fertilizados serão acondicionados em tanques de 2m3 de volume onde permanecerão durante todo o experimento. O delineamento experimental e manejo alimentar serão conduzidos da seguinte forma: os ovos serão incubados em seis tanques de 2m3 na densidade de 10 ovos/litro. O experimento será iniciado a partir do momento de abertura da boca e as larvas serão alimentadas com o alimento vivo enriquecido com as duas diferentes dietas. Um grupo será alimentado com rotíferos e náuplios de artêmia enriquecidos com uma emulsão composta por elevados percentuais de EFA (DHA e EPA) na forma de fosfolipídios (grupo PL) e outro grupo será
alimentado com rotíferos e náuplios de artêmias enriquecidos com uma emulsão composta por elevados percentuais de EFA (DHA e EPA) na forma de triglicerídeos (grupo TG). As larvas de cada tratamento (PL e TG) serão cultivadas em triplicata (3 tanques para cada). As dietas experimentais serão fornecidas na forma de alimento vivo (rotíferos e náuplios de artêmia), quatro vezes ao dia. Os rotíferos serão adquiridos junto à Empresa Redemar Alevinos e cultivados intensivamente usando levedura de pão Saccharomyces cerevisiae e algas Nannochloropsis sp. em pasta (Reed Mariculture®). Os cistos de artêmia já foram adquiridos junto à empresa INVE do Brasil, Fortaleza, CE e encontram-se armazenados no CEBIMar.
Para a eclosão dos náuplios de artêmia, os cistos serão incubados seguindo as instruções do fabricante. Para o processo de enriquecimento, os rotíferos e os náuplios de artêmia serão transferidos para recipientes de 10 litros, nos quais será acrescentado o enriquecedor (emulsão). Estas emulsões possuem formulações específicas compostas por elevadas concentrações de DHA e EPA e serão utilizadas de forma que sejam fornecidas concentrações semelhantes durante o enriquecimento, variando somente a forma como serão 12 fornecidos esses AGs (PL ou TG). Os enriquecedores com os AGs na forma de PL ou TG serão adquiridos junto às empresas Phosphotech Laboratoires, Saint Herblain, France e Reed
Mariculture, Campbell, CA, EUA, respectivamente. Serão realizados experimentos prévios para verificar as concentrações dos enriquecedores e a eficácia de incorporação dos AGs no alimento vivo. Os produtos de ambas as empresas serão testados previamente e, após verificar seu
potencial de enriquecimento nos PL e nos TG, definiremos os produtos e protocolos que serão utilizados. Somente depois que esta primeira etapa for cumprida será iniciado o experimento de nutrição das larvas. Serão verificados nesses experimentos prévios, os níveis de suplementação, tempo de enriquecimento, temperatura e volumes de enriquecedores e, a partir desses ajustes, avaliaremos o perfil dos AGs nas diferentes frações (PL e TG). A concentração de enriquecimento inicialmente proposto será a indicada pelos fabricantes de cada produto (www.reedmariculture.com e www.phosphotec.eu). Após o enriquecimento, o alimento vivo será fornecido para as larvas da garoupa verdadeira. Caso ocorra alguma dificuldade na incorporação desses suplementos no alimento vivo, serão testados produtos alternativos que estão disponíveis pelas empresas Reed Mariculture e Nutrakol. Os parâmetros físico-químicos da água como temperatura, pH, salinidade, oxigênio dissolvido da água de cultivo das larvas, serão monitorados diariamente com auxílio de um analisador multiparâmetros modelo YSI Proplus Professional. A temperatura será mantida em 25ºC com auxílio de termostato. O fluxo de água (renovação) será inicialmente de 10% ao dia e irá aumentando gradativamente com os dias de larvicultura até atingir 50% ao dia ao final do experimento.
Primeiro semestre:
- Elaboração dos testes de enriquecimento para os grupos experimentais;
- Obtenção das larvas e início do experimento;
- Coleta das amostras;
Segundo semestre:
- Início dos experimentos moleculares;
- Início das análises de metabólicas (Proteínas, lipídios totais e perfil de AG);
- Elaboração do relatório parcial;
Terceiro semestre:
- Análises dos experimentos moleculares e metabólicos;
- Início das análises morfológicas;
- Caso necessário coleta de amostras e alguma repetição experimental;
Quarto semestre:
- Análises morfológicas e análise dos resultados;
- Redação de artigos científicos e elaboração de relatório final.
Quinto Semestre
- Análises morfológicas, metabólicas e moleculares.
Sexto Semestre
- Término das análises e escrita dos artigos cietíficos.

Solicitações

Será necessário uso das salas 7 do prédio Paulo Sawaya para uso do micrótomo, sala de preparações, sala das balanças e container branco e verde, bem como das estufas onde estão localizados os experimentos.
Uso do micrótomo que está na sala 7 do prédio Paulo Sawaya.
Não se aplica.
Não se aplica.
Não se aplica.
Não
  • Janeiro
  • Fevereiro
  • Março
  • Abril
  • Maio
  • Junho
  • Julho
  • Agosto
  • Setembro
  • Outubro
  • Novembro
  • Dezembro
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