Parecer da Comissão Científica

Aprovado
Projeto do CEBIMar

Dados do solicitante

Pedro Arialdo Gaspechoski da Costa

Natureza do projeto

Projeto de formação discente
Mestrado
Renato Massaaki Honji
André Martins Vaz-dos-Santos
Por favor, selecione

Pesquisadores ou docentes associados

Recursos

88887.648213/2021-00
Capes

Descrição do projeto

Desenvolvimento de otólitos em espécies costeiras: consistência de padrões experimentais e naturais
02-05-2022
02-05-2023
Os otólitos são estruturas policristalinas localizadas no ouvido interno dos teleósteos constituídas, principalmente, por carbonato de cálcio. Tais concreções passam por mudanças de forma, estruturais e de constituição na ontogenia. Estas variações permitem compreender a história de vida dos peixes e os efeitos das alterações ambientais ao longo de seu desenvolvimento. Entretanto, fatores como disponibilidade de alimento, temperatura, salinidade, concentração de gases e poluição aquática podem influenciar nas características dos otólitos. Dessa forma, o objetivo do estudo é comparar as respostas de espécies costeiras a partir da avaliação dos otólitos em quatro tratamentos – controle (T1), temperatura (T2), disponibilidade de alimento (T3) e acidificação
(T4). Para tanto, serão realizadas amostragens bimestrais em 2022 na baía do Araçá (23º48'47,3"S 45º24'22,1"W), uma área de referência previamente estudada no litoral norte do estado de São Paulo. Os espécimes serão encaminhados para tanques experimentais no Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar/USP) para aclimatação e posterior
análises referentes à morfologia, borda, padrão de formação de anéis de crescimento e composição química dos otólitos – dados que serão comparados com os espécimes do T1 com o devido tratamento estatístico. O desenvolvimento desta pesquisa possibilitará a compreensão das respostas dos peixes às variações ambientais através dos otólitos como indicadores populacionais,
colaborando com o conhecimento científico fundamental para a consolidação de estratégias de manejo e conservação de espécies de peixes e de seus habitats na baía do Araçá.
Anéis diários. Constituição química. Morfologia. Morfometria
Serão realizadas coletas bimestrais com redes para a obtenção de espécies-modelo da Baía do Araçá (BA), estritamente do município de São Sebastião, litoral norte de São Paulo (23º48'47,3"S 45º24'22,1"W). Os espécimes coletados serão encaminhados para o Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (CEBIMar/USP) para aclimatação em tanques de circulação aberta e circulação fechada, representando as condições naturais e experimentais, respectivamente. Para a realização dos experimentos, quatro tratamentos em triplicatas – controle (T1), temperatura (T2), disponibilidade de alimento (T3) e acidificação
(T4), serão desenvolvidos considerando o princípio de casualização. Os espécimes serão aclimatados em tanques de 500 litros em ambos os sistemas, possibilitando o controle de temperatura, alimentação e pH. Inicialmente cada réplica conterá 25 indivíduos das
possíveis/prováveis espécies-modelo, com comprimentos totais/idades semelhantes. O experimento considerando o T4 será desenvolvido a posteriori dos demais tratamentos em virtude da recirculação dos tanques no sistema fechado. A variação de temperatura e pH serão graduais, considerando os parâmetros da literatura – temperatura da água do oceano Atlântico varia entre ±18-28ºC e o pH entre ±8,1-8,2, no qual os experimentos com acidificação possibilitará testar os efeitos do pH entre 7,6 (expectativas para o final do século) e 8,1 (condição atual). Em relação à disponibilidade de alimento (T3), os indivíduos serão
submetidos a intervalos de jejum de 48h. Os espécimes serão marcados com oxitetraciclina, antibiótico comumente utilizado para marcação química de estruturas calcificadas (CAMPANA; NEILSON, 1985) e, a cada 20 dias, dez indivíduos serão amostrados aleatoriamente nos tanques experimentais, posteriormente serão anestesiados com benzocaína (0,1 g/L-1, previamente solubilizada em etanol). Em seguida, os espécimes serão eutanasiados por secção da medula espinhal na altura do opérculo. De cada exemplar será medido o comprimentos total e padrão, aferido o peso, anotado o sexo e retirados, limpos e armazenados os otólitos sagittae. Posteriormente, os otólitos serão medidos em relação ao comprimento, altura, largura, peso, contorno, número e espessura dos anéis e composição química (seguindo TUSET et al., 2008; ROSSI-WONGTSCHOWSKI, 2015, LOMBARTE, TUSET, 2015; VAZ-DOS-SANTOS, 2015; ALBUQUERQUE, 2015). As práticas experimentais descritas acima estão de acordo com as normas da Comissão de Ética de Uso Animal (CEUA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) já submetido e aprovado (Protocolo no 27/2021). Para avaliar o desenvolvimento dos otólitos, as variáveis resposta serão submetidas a análises multivariadas e à modelagem, destacando os modelos lineares.
2022
Maio: preparação dos experimentos (separação dos materiais necessários e limpeza dos tanques)
Junho a dezembro: coletas e realização dos experimentos.

2023
Janeiro a maio: finalização dos experimentos, processamento dos otólitos e tratamento dos dados.

Solicitações

Serão utilizados os containers (branco e verde), as estufas e a base situada atrás do Prédio Erasmo.
Será utilizada as salas de microscopia, de preparações e das balanças e a sala 7.
Entre as possíveis espécies coletadas, destacam-se: Diapterus rhombeus (carapeba); Mugil curema (parati); Haemulopsis corvinaeformis (corcoroca); Eucinostomus argenteus (carapicu) e Atherinella brasiliensis (peixe-rei). A pesquisa irá enfatizar os tratamentos com duas ou três espécies (uma por vez) com 25 indivíduos/espécie. Ressalta-se a existência de estudos na literatura acerca da aclimatação destas espécies citadas (BRAVO; CHUNG; CIURCINA, 1993; SOUZA, 2007; JUNIOR et al., 2016; BORDIN, FREIRE, 2021).
São Sebastião, São Paulo (23º48'47,3"S 45º24'22,1"W).
Não se aplica.
Não
  • Abril
  • Maio
  • Junho
  • Julho
  • Agosto
  • Setembro
  • Outubro
  • Novembro
  • Dezembro
30
1