Parecer da Comissão Científica

Aprovado
Projeto do CEBIMar

Dados do solicitante

Guilherme Cândido de Souza Martins

Natureza do projeto

Projeto de formação discente
Iniciação científica
Samuel Coelho de Faria
Por favor, selecione

Pesquisadores ou docentes associados

Recursos

Não se aplica
Sem financiamento

Descrição do projeto

Decurso temporal da aclimatação no coral-cérebro Mussismilia hispida
13-03-2025
10-05-2024
O processo de aclimatação ocorre quando um organismo é removido de seu habitat natural e submetido a um novo ambiente ou condições específicas. Esta fase inicial de muitas pesquisas visa garantir um ótimo de desempenho do organismo às novas condições laboratoriais, buscando alcançar um equilíbrio interno (homeostase). Isso é fundamental ao estudar a fisiologia de organismos, especialmente para garantir resultados consistentes em situações de estresse ou estímulos fisiológicos. Um exemplo relevante desses estudos é a pesquisa sobre corais, a qual objetiva compreender como as mudanças climáticas globais afetam o funcionamento dos ecossistemas recifais a fim de, possivelmente, mitigar o branqueamento e a morte desses organismos. A aclimatação dos corais envolve ajustes a diversas variáveis ambientais, incluindo temperatura, intensidade luminosa, pH e salinidade, por exemplo, o que exige sistemas experimentais que garantam a qualidade físico-química da água. Neste contexto, esta investigação objetiva determinar o período ideal de aclimatação no Mussismilia hispida a fim de estabelecer o tempo necessário para o pleno ajuste homeostático antes do início formal da experimentação. Serão avaliadas a eficiência fotossintética, coloração, densidade de simbiontes, conteúdo de clorofila a, taxa metabólica, fotossíntese e estresse oxidativo em diferentes tempos. Os dados proverão subsídios importantes para estudos ex situ em corais, especialmente fisiologia, ecologia e toxicologia, os quais ainda carecem da adequação temporal da aclimatação.
Aclimatação; Fisiologia; Homeostase; Coral e Respirometria.
Seis colônias da espécie Mussismilia hispida foram coletadas por mergulho autônomo no arquipélago de Alcatrazes, localizado no estado de São Paulo, Brasil. Após a coleta, cada colônia foi dividida em seis fragmentos e aleatoriamente alocados em seis aquários, onde foram mantidas sistema aberto de água do mar. A incidência de luz foi mantida constante em 100 PAR, com um fotoperíodo de 12 horas de luz e 12 horas de escuro, enquanto a temperatura foi controlada (ApexSystems) em 26ºC via termostatos e chiller.

As análises foram realizadas em sete momentos distintos: tempos 0, 3, 7, 14, 21, 28 e 42 dias de aclimatação. O dia 0 correspondeu à data de chegada (referência de campo), enquanto o dia 42 representou o período máximo de aclimatação dos animais. A avaliação da eficiência fotossintética, a captura de fotos e a respirometria/fotossíntese foram conduzidas consistentemente nos mesmos horários para se evitar um efeito do ciclo circadiano. Os fragmentos selecionados em cada dia foram escolhidos aleatoriamente, assegurando a inclusão de todos os seis genótipos em cada análise fisiológica e bioquímica.

O experimento iniciou com a avaliação da eficiência fotossintética. As luzes foram ajustadas para operar a 20% de sua capacidade e a medição da fluorescência foi determinada em três pontos distintos de cada fragmento, utilizando-se de um fluorímetro. Em seguida, foram tiradas fotografias dos corais com uma tabela de cores (RGB) e uma fita métrica para análises posteriores da coloração e da área. Para a realização da respirometria/fotossíntese, os corais foram cuidadosamente envoltos em uma massa atóxica (Redelease) a fim de evitar interferências de epibiontes presentes no esqueleto dos corais quanto ao consumo ou produção de oxigênio. Os fragmentos foram isoladamente incubados em câmaras de acrílico conectadas a fibras ópticas de temperatura e oxigênio (Pyroscience) e mantidas em uma mesa eletromagnética submersa em temperatura constante (26 oC). A mesa movimentava agitadores magnéticos dentro dos respirômetros a fim de evitar a estratificação do oxigênio na água. Os corais foram submetidos a um período de 2 horas de luz (fotossíntese líquida) seguido por 40 minutos de escuro (respiração).

Após as análises supra que dependiam dos animais vivos (eficiência fotossíntética e metabolismo/fotossíntese), os fragmentos de corais foram aliquotados, armazenados em tubos Eppendorf e congelados a -80ºC para posteriores análises relativas à simbiose e bioquímica. Foram determinadas a densidade de simbiontes e o conteúdo de clorofila a, bem como a peroxidação lipídica como proxy de estresse oxidativo. Os dados foram normalizados pelo conteúdo de proteína total das amostras.
Março/Abril: coleta, aclimatação, respirometria, fotossíntese, contagem de simbiontes, quantificação de clorofila, eficiência fotossintética e fotografias.
Maio: peroxidação lipídica, quantificação de proteínas e finalização do experimento.

Solicitações

Salas 1 e 2 do laboratório Paulo Sawaya.
Equipamentos e insumos já disponibilizados nas salas 1 e 2 do laboratório Paulo Sawaya sob responsabilidade do Prof. Samuel.
6 colônias de Mussismilia hispida.
Arquipélago de Alcatrazes.
Não.
Não
  • Março
  • Abril
  • Maio
30
1