Projeto de pesquisa
Parecer da Comissão Científica
Aprovado
Projeto do CEBIMar
Dados do solicitante
Letícia Guerreiro Pinheiro
Natureza do projeto
Projeto de formação discente
Mestrado
Samuel Coelho de Faria
Por favor, selecione
Pesquisadores ou docentes associados
Recursos
2024/10584-4
Fapesp
Descrição do projeto
01-01-2025
01-07-2026
A subclasse Octocorallia (Cnidaria, Anthozoa), componente significativa dos ecossistemas recifais brasileiros, contribui para a complexidade, função e biodiversidade recifal. O Brasil é marcado por elevado endemismo de octocorais, sendo grande parte das espécies de águas rasas consideradas endêmicas. O câmbio climático, precipuamente o aumento da temperatura dos oceanos, tem causado o branqueamento e uma redução na cobertura de corais, enquanto trabalhos relatam um aumento na cobertura percentual de octocorais em recifes nos oceanos Atlântico e Indo-Pacífico após eventos de El Niño. No entanto, a literatura carece de informações sobre as respostas fisiológicas de octocorais num cenário de aquecimento global, sendo portanto necessário compreender como diferentes espécies enfrentarão condições de estresse ambiental e quais serão mais suscetíveis a ameaças globais e locais. Nesta senda, objetiva-se aqui caracterizar a fisiologia em octocorais brasileiros com e sem fotossimbiose a fim de compreender como a temperatura afeta a simbiose, a ecologia trófica e o metabolismo oxidativo e energético em cenários climáticos simulados para 2100. Para isso, oito espécies de octocorais serão avaliadas via biomarcadores do metabolismo oxidativo e energético, e/ou da simbiose para testar que: (i) temperaturas elevadas promovem estresse oxidativo, reduzem o metabolismo energético e a autotrofia, e promovem o comportamento heterotrófico; (ii) espécies simbióticas apresentam menor tolerância fisiológica à temperatura dada a premissa de maior produção de espécies reativas de oxigênio pela maquinaria fotossintética dos simbiontes; e que (iii) o estado metabólico sob efeito da temperatura será revertido quando cessado o estresse térmico. Gerar-se-ão dados para compreender a tolerância e a susceptibilidade de octocorais diante de cenários climáticos simulados, os quais têm potencial de prover subsídios para planos de manejo e conservação diante das mudanças climáticas, sobremaneira para a fauna brasileira de octocorais pelas particulares características ambientais e notório endemismo.
Octocorais; branqueamento; fisiologia; metabolismo; ecologia trófica; mudanças climáticas.
Colônias pequenas (N = 18 por espécie) de oito espécies de octocorais simbióticos e assimbióticos serão coligidas na região do Parque Natural Municipal Marinho do Recife de Fora, em Porto Seguro, Bahia (16° 24’ 47” S, 38° 59’ 16” W). As colônias serão coletadas por meio de mergulho autônomo de 6 a 8 m de profundidade, e transportadas do local de coleta para o laboratório do Projeto Coral Vivo no distrito de Arraial d’Ajuda (município de Porto Seguro, Bahia). Em laboratório, as colônias serão fragmentadas e aclimatadas por 21 dias antes do início dos experimentos em aquários de 80 L, em sistema aberto - água do mar circulante proveniente da praia adjacente ao Projeto Coral Vivo. Tal água mantém todas as características físico-químicas do ambiente natural, como disponibilidade de matéria orgânica, plâncton, salinidade, pH e turbidez, com exceção da temperatura que será mantida em 26 °C por meio de aquecedores (Acept AP805 500W), e monitorada digital- e continuamente (Full Gauge MT 512E 2HP). A luminosidade será mantida em 100 μmol photons m-2 s-1 sob fotoperíodo 12 h luz / 12 h escuro (MaxSpect JL165 Blue).
Após o período de aclimatação, cada um dos fragmentos de cada colônia será transferido para aquários também de 80 L, em sistema aberto, mas com temperatura mantida, respectivamente, em 26°C (controle), 28,5 ℃ (cenário moderado de aquecimento global, IPCC 2023), e 30,5 ℃ (cenário extremo, IPCC, 2023), por 21 dias. Serão feitas réplicas de aquário: dois fragmentos de cada colônia serão mantidos em cada aquário, compartilhando dois fragmentos de cada colônia de cada espécie, totalizando 3 aquários controle e 3 aquários em cada condição de tratamento. Assim, ter-se-ão N = 6 fragmentos por condição por espécie. Após o período de experimentação, as temperaturas de todos os aquários serão reajustadas a 26 ℃, a fim de avaliar a recuperação das espécies de octocorais após a exposição térmica.
As amostras serão coletadas no final do experimento de exposição e de recuperação, armazenadas em freezer -80 °C para posteriores análises, a saber: (i) densidade de simbiontes e conteúdo de clorofila a; (ii) capacidade antioxidante total (CAT) e peroxidação lipídica (LPO); (iii) concentração de trifosfato de adenosina (ATP) e lactato; (iv) atividade da citrato sintase (CS) e lactato desidrogenase (LDH); e (v) marcadores lipídicos de auto e heterotrofia. O efeito da exposição às temperaturas elevada para cada espécie será avaliado via ANOVA de medidas repetidas (sujeito: genótipo); e o efeito da simbiose (espécies assimbióticas vs. simbióticas) em cada condição será avaliado via ANOVA de 1 fator tradicional e via GLS filogenético (ajustando-se o α automaticamente para movimento browniano ou modelo Ornstein-Uhlenbeck), comparando-se os AIC de cada modelo e escolhendo-se aquele de menor valor. O efeito da recuperação e simbiose será avaliado aplicando-se o mesmo desenho estatístico supracitado.
Após o período de aclimatação, cada um dos fragmentos de cada colônia será transferido para aquários também de 80 L, em sistema aberto, mas com temperatura mantida, respectivamente, em 26°C (controle), 28,5 ℃ (cenário moderado de aquecimento global, IPCC 2023), e 30,5 ℃ (cenário extremo, IPCC, 2023), por 21 dias. Serão feitas réplicas de aquário: dois fragmentos de cada colônia serão mantidos em cada aquário, compartilhando dois fragmentos de cada colônia de cada espécie, totalizando 3 aquários controle e 3 aquários em cada condição de tratamento. Assim, ter-se-ão N = 6 fragmentos por condição por espécie. Após o período de experimentação, as temperaturas de todos os aquários serão reajustadas a 26 ℃, a fim de avaliar a recuperação das espécies de octocorais após a exposição térmica.
As amostras serão coletadas no final do experimento de exposição e de recuperação, armazenadas em freezer -80 °C para posteriores análises, a saber: (i) densidade de simbiontes e conteúdo de clorofila a; (ii) capacidade antioxidante total (CAT) e peroxidação lipídica (LPO); (iii) concentração de trifosfato de adenosina (ATP) e lactato; (iv) atividade da citrato sintase (CS) e lactato desidrogenase (LDH); e (v) marcadores lipídicos de auto e heterotrofia. O efeito da exposição às temperaturas elevada para cada espécie será avaliado via ANOVA de medidas repetidas (sujeito: genótipo); e o efeito da simbiose (espécies assimbióticas vs. simbióticas) em cada condição será avaliado via ANOVA de 1 fator tradicional e via GLS filogenético (ajustando-se o α automaticamente para movimento browniano ou modelo Ornstein-Uhlenbeck), comparando-se os AIC de cada modelo e escolhendo-se aquele de menor valor. O efeito da recuperação e simbiose será avaliado aplicando-se o mesmo desenho estatístico supracitado.
Disciplinas PPG: 07/2024 - 12/2024;
Coleta e Experimentação: 01/2025 - 06/2025;
Análises laboratoriais: 07/2025 - 12/2025
Análises estatísticas e preparação de relatório: 01/2026 - 06/2026
Defesa: 07/2026.
Coleta e Experimentação: 01/2025 - 06/2025;
Análises laboratoriais: 07/2025 - 12/2025
Análises estatísticas e preparação de relatório: 01/2026 - 06/2026
Defesa: 07/2026.
Solicitações
Salas 1 e 2 do laboratório Paulo Sawaya.
Equipamentos das salas de preparações e balanças, e equipamentos dos laboratórios 1 e 2 do laboratório Paulo Sawaya.
Não se aplica.
Não se aplica.
Não se aplica.
- Janeiro
- Fevereiro
- Março
- Abril
- Maio
- Junho
- Julho
- Agosto
- Setembro
- Outubro
- Novembro
- Dezembro
30
1