Parecer da Comissão Científica

Aprovado
Projeto do CEBIMar

Dados do solicitante

Sabrina Luiza Rabelo

Natureza do projeto

Projeto de formação discente
Iniciação científica
Hudson Tercio Pinheiro
Gabriel Soares de Araujo
Por favor, selecione

Pesquisadores ou docentes associados

Recursos

2024/13716-9
Fapesp

Descrição do projeto

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE PEIXES RECIFAIS AO LONGO DO GRADIENTE DE PROFUNDIDADE DO ARQUIPÉLAGO FERNANDO DE NORONHA, BRASIL
11-04-2024
04-07-2025
O Arquipélago de Fernando de Noronha, abriga a mais rica ictiofauna entre as ilhas oceânicas do Atlântico Sul. O arquipélago está inserido em um mosaico de Unidades de Conservação (UCs), incluindo uma UC de uso sustentável, onde a pesca é permitida, e uma UC de proteção integral que abrange 70% da ilha principal e todas as ilhas menores, com limite demarcado pela isóbata de 50 m. Até o momento, estudos da estrutura das comunidades de peixes recifais de Fernando de Noronha foram limitados à recifes rasos, não ultrapassando a isóbata de 20 m em suas zonas amostrais. Um levantamento recente das assembleias de peixes recifais rasos (≤ 30 m) e mesofóticos (31 a 150 m) do arquipélago, revelou um aumento de 8,2% na riqueza de espécies registradas na região. Notavelmente, 74% dos novos registros de espécies foram obtidos em ecossistemas mesofóticos. Os recifes mesofóticos são ecossistemas complexos, com comunidades singulares, mas ainda pouco conhecidos. A compreensão da estrutura das comunidades de peixes é fundamental para o manejo e conservação dos ecossistemas recifais. Portanto, o projeto visa entender se e como ocorrem as variações das características ecológicas da comunidade de peixes recifais (riqueza, abundância e biomassa). Para a realização deste projeto, será utilizado uma base de dados de censos visuais subaquáticos, distribuídos ao longo de um amplo gradiente de profundidade (de 3 a 120 m). Os resultados produzidos irão ampliar conhecimentos ecológicos que abrangem os ecossistemas mesofóticos, não contemplados pela UC de proteção integral, permitindo um olhar mais amplo para o gerenciamento e níveis de proteção estabelecidos às áreas marinhas protegidas que compõem a região.
Ilhas oceânicas; Área Marinha Protegida; Conservação marinha; Ictiofauna marinha; Recifes mesofóticos.
Base de dados:
Este estudo irá analisar uma base de dados de censos visuais subaquáticos obtidos durante uma expedição de 15 dias em outubro de 2019, que objetivou o levantamento das assembleias de peixes em uma ampla escala de profundidade no Arquipélago Fernando de Noronha (Pimentel et al., 2020). Os dados foram coletados em ambientes recifais, em diferentes zonas de profundidades através de mergulho técnico envolvendo equipamento de circuito fechado (rebreathers). Foram amostrados ambientes na zona eufótica, recifes rasos com até 30m de profundidade, e na zona mesofótica, de 31 a 110 m de profundidade. A zona mesofótica foi subdividida em superior (31 a 60 m), e inferior (61 a 110 m). A amostragem visual ocorreu utilizando a abordagem de censos visuais subaquáticos, comumente utilizada em recifes costeiros brasileiros (Floeter et al., 2007).

Análise de dados:
As espécies serão classificadas em grupos tróficos: herbívoros (HERB), macrocarnívoros (MCAR), onívoros (OMN), planctívoros (PLANK) e peixes que se alimentam de invertebrados móveis (MINV) e de invertebrados sésseis (SINV), conforme Pinheiro et al. (2018). A abundância e classes de tamanho registrados em cada transecto, serão utilizados para calcular a biomassa de cada grupo trófico através das relações peso-comprimento. Em seguida serão feitas análises de estatística inferencial utilizando a plataforma R (R Development Core Team, 2021). A primeira análise será realizada para verificar se há diferenças significativas nas
médias dos atributos (riqueza, abundância, biomassa), entre as zonas de diferentes profundidades. Para isso, será aplicado o teste não paramétrico Kruskal-Wallis. Para avaliar como as médias dos atributos variam entre as diferentes zonas de profundidade, será realizada uma análise de variância ANOVA One-Way por meio de permutações. A fim de investigar a influência da profundidade na estrutura trófica da comunidade serão construídas matrizes de similaridade (Bray-Curtis) com dados de abundância das espécies, para que essas sejam comparadas em uma análise de variância multivariada permutacional (PERMANOVA).
Pretende-se ainda apresentar os resultados realizando análises multidimensionais pré-determinadas, como: diagramas de ordenação, a partir da Análise de Coordenadas Principais (PCoA) para observar as estruturas taxonômicas mais associadas a cada zona de profundidade, e RDA para evidenciar visualmente como as guildas tróficas e classes de tamanho estão
associadas a cada zona de profundidade. Todas as análises supracitadas seráo realizadas utilizando espaços de estudo do CEBIMar.
De abril a dezembro de 2024 a discente cumpriu com as seguintes etapas do cronograma:
- Estabelecimento no CEBIMar
- Treinamento para as análises estatísticas
- Organização e alinhamento da base de dados
- Revisão Bibliográfica
- Exploração de dados
- Análises estatísticas (em desenvolvimento)

Próximas etapas:
- Análises estatísticas (janeiro à março)
- Apresentação e discussão dos resultados (janeiro à abril)
- Redação da monografia (janeiro à abril)
- Formatação e revisão da monografia (março à maio)
- Preparação da apresentação (março à junho)
- Defesa da monografia (junho)

Solicitações

Será necessário apenas o uso da sala de estudos para desenvolver as análises, utilizando o computador pessoal da discente.
não se aplica
não se aplica
não se aplica
não se aplica
Não
  • Janeiro
  • Fevereiro
  • Março
  • Abril
  • Maio
  • Junho
  • Julho
20
1