Projeto de pesquisa

Ambientes costeiros tem em geral alta dinâmica, a qual em muitos casos justifica seu uso para dejetos resultantes da atividade humana. Por muitas décadas, o monitoramento da concentração de clorofila-a se destaca como uma forma abrangente de análise da qualidade da água, uma vez que engloba o estado trófico do ambiente e as interações com consumidores primários presentes no local (Cloern and Jassby., 2010). Porém, informações importantes podem ser adquiridas pelo conhecimento da distribuição de tamanhos e principais grupos taxonômicos do fitoplâncton. Em regiões rasas, como baias com praias arenosas, a mistura vertical por correntes de marés e ventos e a ação das ondas podem regular a distribuição do fitoplâncton marinho na coluna d'água. Dessa forma, a mistura vertical disponibiliza parte da biomassa dos produtores primários aos consumidores presentes no fundo (e.g. moluscos filtradores). Por outro lado, a intensificação da mistura vertical ressuspende sedimentos para coluna de água, aumentando a turbidez e diminuindo a intensidade luminosa para o crescimento do fitoplâncton. Além disso, a ressuspensão pode trazer organismos fitoplanctônicos pertencentes ao microfitobentos, bem como esporos vegetativos de espécies potencialmente tóxicas (Shitaka et al., 2008). A presença de fitobentos na coluna de água estimula as conexões bento-pelagiais. A liberação desses esporos na coluna d'água e consequente aumento da abundância dessas espécies nocivas (Anderson et al., 1983) pode ter efeitos substanciais em toda a cadeia trófica, incluindo o consumo humano.